CORPUS CHRISTI

Joos van Cleve (Dutch artist, 1485-1540), detail "The Last Supper," oil on wood, full size 45 x 206 cm,  Musée du Louvre, Paris, Predella of "Altarpiece of the Lamentation" (c. 1530).








Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é a festa que celebra a presença real
e substancial de Cristo na Hóstia Santa. Bem sabemos, mas relembramos, que a presença real de Jesus na Eucaristia foi instituída na Última Ceia, quando o mesmo Jesus disse: “Este é o meu corpo… isto é o meu sangue… fazei isto em memória de mim”. E porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, o Corpus Christi celebra-se sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. Neste Sacramento, no momento da Consagração, ocorre a transubstanciação, ou seja, o pão torna-se carne e o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda a Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.

Então, sempre celebrada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade – que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes – a solenidade do Corpus Christi é uma festa de ‘preceito’, isto é, em que para todos os católicos é obrigatório participar na Santa Missa.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII.
Primeiro, o cónego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Também pela mesma época, um padre chamado Pedro de Praga, homem de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado pelas suas dúvidas acerca da presença real de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sanguíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote pois, a parte da Hóstia que estava entre os seus dedos, conservou as características de pão ázimo.

Por solicitação do Papa Urbano IV, as alfaias que tinham sido utilizadas nessa missa foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidas solenemente e levadas para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. Seria aliás este mesmo Papa a estabelecer para toda a Igreja a solenidade do Corpo de Deus em 1264.

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