Retomando o fio à meada
(melhor dizendo, ao Blog da Paróquia!),
aproveitemos a boleia de Almada Negreiros:
e o seu convite a “vivermos”:
(melhor dizendo, ao Blog da Paróquia!),
aproveitemos a boleia de Almada Negreiros:
e o seu convite a “vivermos”:
Mas eu não tenho medo de viver.
O meu medo é
incomparavelmente maior do que esse:
tenho medo de não viver.
Quem não sabe ver ao longe levanta muros em redor de si e
muralhas que lhe tapem o horizonte.
Se não sabe ver ao longe, tanto lhe faz
como não que exista o longe, por isso tapa-o.
Isto é, inventa-se um buraco para
si, por cobardia de não ter ido a passo acertar-se com a sua própria estatura.
Apressa-se para que a sua autobiografia não fique desmerecida aos olhos dos
presentes,
fabrica coerência de todos os seus actos
e esquece só que tudo
partiu afinal de não ter podido prosseguir na lealdade que se devia a si mesmo”
A condição para saber ver ao longe é estarmos dentro de nós
se se trata do próprio,
ou de ter renunciado a si mesmo se se trata dos outros.
Moralidade deste romance:
não te metas na vida alheia se não queres lá ficar.
não te metas na vida alheia se não queres lá ficar.
Almada Negreiros
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