“Deus me deu pais mais dignos do céu do que da terra” escreveu Santa Teresinha a respeito dos seus pais, reconhecendo, assim, antecipadamente, a santidade dos seus progenitores. De facto, uma marca muito forte na família Martin (se pronuncia “Martan”) é o primado de Deus através da oração e de uma total entrega a Deus e incondicional confiança na sua Providência. A comunhão com Deus através de um autêntico relacionamento filial, reforçado por um grande amor à Virgem Maria e a São José, fizeram com que esta família, vivendo na simplicidade de cada dia e com todos os desafios próprios de uma família como as nossas, nos deixasse uma profecia para nossos dias de santidade no quotidiano.
O desejo de santidade e de agradar a Jesus em tudo vivido por Luís e Zélia e imitado por Teresinha, leva-nos facilmente a perceber que a regra maior desta santa família era “Deus em primeiro lugar. O primeiro a ser servido!” Não será esta uma regra necessária nas famílias do nosso tempo?!
Na homilia de beatificação o cardeal José Saraiva Martins disse: “É relevante ver como este casal sempre se submeteu à vontade divina. Em sua casa Deus era sempre o primeiro a ser servido. Quando a provação atingia a família, a reacção espontânea era sempre a aceitação da vontade divina. Se a senhora Martin dizia frequentemente que Deus é o Mestre e faz o que quer, o senhor Martin lhe fazia eco repetindo Deus é o primeiro a ser servido. Serviram a Deus sobretudo no pobre e não por um impulso de generosidade nem por justiça social, mas simplesmente porque o pobre é Jesus”.
Buscando trilhar o caminho de exemplo e santidade deixado por Luís e Zélia, seja no relacionamento do casal, na educação dos filhos, na transmissão da fé, na vivência do sagrado no dia a dia, na prática efectiva da caridade, na vida eclesial, na participação na sociedade como presença cristã e no relacionamento com Deus, queremos nós também, trilhar este mesmo caminho para que as nossas famílias vivam, profeticamente, a santidade no quotidiano.
Teresinha um dia escreveu: “Bastava olhá-los para saber como rezam os santos”. Próximo da sua morte, Luís Martin, após ter alta de onde estava internado, e já com as pernas paralisadas, foi levado ao Carmelo de Lisieux para visitar as suas filhas: “[...] ele não consegue falar, mas parece entender todas as palavras das filhas. E quando elas lhe dizem até logo, ele ergue o dedo indicador e consegue articular: ‘No Céu!’”. Olhemos para eles, modelo santo de casal e de família, e vivamos e rezemos como rezam os santos rumo ao Céu!
12 de Julho é a memória litúrgica de Luís e Zélia Martin
Adaptado de http://www.sagradafamilia.net.br/